quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Nada

Não somos nada.
Não vivemos, nem formamos, nada.
O que mais posso dizer, sentir, ou fazer?
Nada mais importa, quando o "nada", é o que se tem.
Nada mais interessa, entusiasma, ou convém.
Convém ficarmos distantes, aliás. Se nada podemos ser...

Nada é o que restou, da história, que tanto tínhamos a viver.
Mas você não se permitiu, não deixou, preferiu ver...nada acontecer.

Por causa deste, e de tantos outros "nadas", que viriam pela frente,
venho informar-lhe que, até mesmo esse "nada", para mim, acabou...
De hoje em diante seremos somente a lembrança do que passou.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Dono do Mundo

Senhor Dono do mundo
Que tem sempre a razão
Que aos outros é surdo
Não quer opinião
Não aceita conselhos
Nem vê além da sua mão
Vive dentro do espelho
Vive a dizer não....

Senhor dono do mundo
Queira ouvir, por favor,
Saia da sua casca
Atenda ao meu clamor
Olhe bem à sua volta
E veja como é
Sinta o peso, a revolta
Sinta o amor, sinta  a fé

Senhor dono do mundo
Ouça bem o q eu digo
Não estou te xingando
Nem te imponho um castigo
Sua palavra não é ordem
Sua vontade não é lei
Olhe um pouco à sua volta
Existem outras também

Somos tão diferentes
No entanto, sempre tão iguais
Nada é imutável
Não existe jamais

Senhor dono do mundo
Preste bem atenção
Quero ir pra bem fundo
Fundo do coração
Quero que você entenda
Eu não quero seu mal
Quero que você aprenda
Discordar é normal

sábado, 25 de junho de 2011

Romance a três

Viver um romance a três não é viver, é criar uma expectativa.

É querer ser aquilo que não o é, ou seja, a namorada, perfeita, esperada, amada.

Quando uma mulher aceita viver um romance a três, ela fica como se fosse um jogador sem par, à espera que um dos pares se canse, para começar a jogar.

É a espera em vão, é a dedicação em vão, é o amor em vão. Porque este não escolhe a quem amar. Simplesmente chega, se aloja no peito daquela mulher, que ama, ama, ama... Tão louca e intensamente que pensa que vai explodir de tanto sentimento!

Mas ela não pode... Tem que esperar... Espera que o dia termine, que uma brecha, na agenda do amado ela consiga, para então, o poder, pelo menos, abraçar.

Tem que esperar e engolir amargamente e à seco todas as demonstrações de carinho, afeto, cuidado e consideração que ele tiver com a outra.  Tem que passar noites e dias em claro, tentando, de algum modo, entender o que ele ainda faz com ela (pensamento inútil, diga-se de passagem).

Tem que respirar bem fundo, aproveitar o tempo, e nunca, jamais, em nenhuma hipótese, brigar. Porque sempre vai sair perdendo.

Mesmo que ele não a ame, mesmo que lhe diga que tem a intenção de, com ela, terminar, a namorada possui sempre a vantagem de já ter uma história, e acredite, minha amiga, ela vai saber usar essa carta na manga. Vai saber chorar na hora certa, ser carinhosa na medida certa, até pegar o ponto fraco do seu objeto de desejo e fazê-lo desistir de um término propor (se ela souber como lidar, ele até irá pensar que, por ela, ainda sente amor!).

Conheço algumas (raras) mulheres que conseguiram esse jogo virar: por elas, os caras terminaram seus namoros, e começaram um novo, longo e (pasmem) sério relacionamento. Mas como já disse, esses casos são raros e, não irei mentir, a maioria deles, não deu certo. Seja por ciúme excessivo, seja pelo fantasma da ex, ou porque não era pra ser mesmo.

Ou seja, minha cara leitora, para mim, um romance a três, não vale nem a pena tentar.

Por isso, quando seu coração lhe pregar uma peça, e você, por alguém que a outra já namora se apaixonar... Abafe esse sentimento, se afaste, fuja, corra, tente em algo novo pensar. Procure sair e conhecer pessoas. Vá por mim... Sei que este não é um conselho muito ousado, nem tampouco psicologicamente ensaiado, mas, é o conselho de quem já sofreu tal traição de seu coração. De quem já caiu nessa boba ilusão, de achar que, comigo, tudo seria diferente. Não foi, nem deveria (o que, além disso, eu poderia esperar?).

Em sã consciência fico extremamente feliz, pelo meu final infeliz. Afinal, não gosto da ideia de que, para que eu alcance a plenitude do meu amor, outra deva sofrer com a falta dele.

Eu só não pensava que fosse doer tanto...


PS:Esse texto vai para todas aquelas dignas mulheres que tiveram a CORAGEM de não se deixar levar por uma ilusão...É preciso coragem (e também um pouco de loucura) pra não se ouvir o próprio coração!  

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Liberdade

Livrar-se das algemas
Libertar-se das amarras
Quebrar as correntes
Celebrar  nova alma

Fugir da escravidão
Sumir com a solidão
Dizer adeus aos velhos traumas
Sentir o novo, nova emoção

Viver a liberdade
das escolhas conscientes
Ignorar a vaidade

Dizer aos sete ventos
em som bem alto, ao relento
sou adepto da felicidade!


(Foto: Rosa Maria V. Pacheco)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Desabafo!

Sabe o que eu não suporto? Pessoa que se acha,  que se sente melhor do que o outro,seja lá porquê.
Vocês sabem do que estou falando... Falo daqueles que vivem num mundo tão limitado, medíocre, infantilizado, que ainda acreditam que, na vida, as pessoas  são divididas pelo que fazem ou o que têm.
Melhor dizendo, falo destes, mas, também (e principalmente), dos piores... Daqueles que nada fazem (ou nada possuem) mas, fingem fazer,ter, ser...
Realmente me incomoda isso... E olha que, sou o tipo de pessoa que não se sente incomodada fácil... Costumo  ter um bom convívio com todos, ser diplomática, essas coisas.
Deixem-se ser clara: a mim não importa se você (ou o outro) finge ser algo que não é, por mim, tudo bem.  Cada um sabe de si, e a mim, não cabe julgar isso. Nem nada.
O que me sobe o sangue mesmo é ver você (ou o outro), que finge ser aquilo que não é, ter o que não tem (só para estar no meio de um círculo de pessoas que acredita ser melhores que si mesmo), julgar aqueles que não fazem isso, que não se preocupam em fazer parte de uma turminha de minoria que se sente superior aos demais, ou que, simplesmente, têm mais o que fazer.
Porque é isso, meu caro... Temos mais o que fazer.
Veja o meu caso, por exemplo. Estou bastante focada em minha vida, no que me é importante, sincero, verdadeiro, tenro, eterno,  aventureiro, pra me preocupar com o alheio! Tenho muito trabalho a fazer, contas a pagar, shows executar, pessoas a rever.
Não tenho tempo para me “adequar”  ao que  “o grupinho” impõe... Não tenho paciência de me fazer, igual aos outros, parecer, para ser aceita. Se dependesse disso, a única certeza é a de que, muito, eu iria sofrer.
Então, segue aí uma dica: pare de perder tempo com a minha vida, ou com a  de qualquer outro, que não se encaixe ao que você sonhou para si mesmo!
 Pare de julgar, de insinuar que sejamos piores, que não fazemos parte da elite, daqueles que são “in”, porque, o fato, meu caro, é que pessoas como eu, tal qual você, nunca desejaram ser...
Não fique constrangido em nos evitar, bloquear ou ignorar o ser...Só nos poupe desses comentários preconceituosos que pessoas como você, insistem em tecer.

Memórias...

 Um pedaço de papel. Olhar concentrado. Sentimentos confusos querendo saltar dos olhos, inquietude.

Na tela, amigos invisíveis que... Tanta verdade  trazem!!
Uma foto, um gesto, uma música, um cheiro, um gosto... Revivendo na alma resquícios de você mesmo. Forte contraste do “quem eu era” com o “quem sou”. Do que se sonhava com o que se tornou.

Lembranças, falha na memória, dúvidas...  Como eu queria ser mesmo? Onde foi que mudei tanto? Percebendo logo após que, na realidade, nada mudou. Redescobrindo aquele seu eu que, por tanto tempo, escondido ficou.

Alegria... Euforia... Tranquilidade...

Sorriso pueril de criança de verdade, daquelas levadas à beça, que acabaram de aprontar alguma... Sentindo de novo o gosto da travessura louca que é viver e reviver...

Muito prazer, novamente!! Lembra-se, como eu, da gente?


PS: Esse texto é dedicado aos queridos amigos da 5ª série do Colégio Anglo-Americano de Foz do Iguaçu, aos quais tive o prazer de reencontrar virtualmente por esses tempos, e me inspiraram a escrever. =)

sábado, 5 de março de 2011

De repente

De repente, naquela tarde, tudo ficou diferente.
Ficou diferente o carinho, ficou diferente o sorriso, e até as trocas de olhar. Foram embora o prazer do convívio, o abraço demorado, a vontade de ficar. Aquilo que um dia se pensava como o sentimento mais profundo, transformara-se em águas rasas, onde não dá para nadar.
Ela queria ir até ele, ele queria um motivo para fugir daquele encontro. Não havia mais palavras a serem ditas, mas ela precisava de uma explicação. Entender o porquê de toda aquela situação.
E ele, por sua vez, não sabia o que explicar... Poderia até tentar, embora soubesse que seu esforço seria em vão. Em sua arrogante visão, ela, simplesmente, não entenderia o significado daquele seu “não”. E, por isso, ele sumiu...
E assim passou um dia, outro, e mais outro. E então ele percebeu que ela também sumira, sentiu sua falta, e logo concluiu que a paixão crescera de novo. Tentou ir atrás...
Mas, nesses desencontros da vida, você sabe, não se pode confiar. Quando lá chegou, com vida nova ele a encontrou. E nesta nova vida, ele já não caberia mais...
De repente o tempo passou... E o que poderia ter sido resolvido naquela tarde, por medo, ingenuidade ou brincadeira do destino, simplesmente... Acabou.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Diferenças

Percebi hoje que não gosto de fazer parte de uma lista.
Nunca fui igual a ninguém, e, em busca dessa minha verdade, me atrapalhei por muitas vezes. Acredito piamente que todos somos diferentes, e que assim devemos nos respeitar, unir, somar... Porque essa é a magia de tudo.
É na diferença do outro que podemos aprender, é na nossa diferença que o outro pode crescer. E, por isso, não gosto de fazer parte de uma lista. Não sou mais uma. Ninguém é.
Cada um é cada um em pensamentos e atitudes, palavras e silêncio. Cada qual reage de forma única aos acontecimentos, à solidão, ao medo, desespero, à paixão...
Não somos robôs programados para ter as mesmas propriedades uns dos outros.
Portanto, pense bem antes de incluir a mim ou a qualquer outro(a), numa lista. Isso é, no mínimo, ignorante demais...



Esse texto é dedicado às pessoas que têm a péssima mania de generalizar a tudo e a todos...
Tenham um ótimo fim de semana!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Quando o sorriso vem

Eu posso estar triste, melancólica, angustiada.
Eu posso estar preocupada, com insônia, amargurada.
Posso até me sentir, dos meus sonhos, desacreditada.
Quando o sorriso vem...
Chega sorrateiro e de mansinho, chega acompanhado, ou até mesmo sozinho, e me enche a alma de luz e esperança.
Faz eu me sentir novamente uma criança, só de chegar. Vai tomando conta de mim devagar, até se transformar numa imensa gargalhada. Ou não...
Às vezes, permanece tímido, meio de lado, meio indeciso. Mas já é o bastante pra que eu sinta aquele frio na barriga,sabe? Aquele, que a gente sente quando está muito feliz ou apaixonada.
Aquela euforia pueril de menina levada, pronta para aprontar alguma...
Aí me renovo, sonho de novo, remoço...Sinto-me forte para lutar, pra seguir em frente.
E então...eu sigo, sorrindo, simplesmente.

PS:Esse texto é dedicado a todos os sorridentes, e a todos que me fazem sorrir... Uma semana incrível a todos!! 

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Explicações sobre os " Posts da Princesa"

Oi gente!!

Como vocês já devem ter percebido, existem alguns posts antigos denominados "Posts da Princesa". Eu explico do que se trata: há alguns anos atrás, um grande amigo me apresentou a um blog criado por ele e outros amigos, com o intuito de escrever, em linguagem medieval, metáforas para nossa vida cotidiana, afim de entreter, praticar a escrita mas, sobretudo, de passar uma mensagem bacana a quem fosse ler. E servir de incentivo à mudança.

Confesso que eu não tinha tantas pretensões a esse respeito. Queria mesmo era me "embrenhar" por entre esse mundo tão gostoso que é o da escrita, praticar meus dons(se é que os tenho,né?) e fazer parte da "brincadeira"...

Com o tempo, observei que os posts serviram como válvula de escape às minhas emoções, e percebi que, assim, eu podia tocar e fazer pensar a muitos que navegavam por aquele site e liam minhas histórias. Gostei disso.

Dessa forma, resolvi manter a "Princesa", personagem que criei para o antigo blog, viva, para que vocês possam também conhecê-la e se identificar com ela. Quem sabe um dia ela não volta a "dar as caras" por aqui também?rsrs...

Bjokas a todos!!

Princesa(ops!) Rosanna. =)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Como matar um amor

Para matar um amor a receita é simples:

Basta misturar egoísmo e rispidez àquela mania de ter sempre razão.  Junte um punhado de mentiras, bata em neve com pitadas de sarcasmo e falta de consideração. Reserve. Reserve também em si mesmo todos os pensamentos, as pequenas frustrações e decepções, e deixe crescer muito, até entornar tudo e fazer uma grande sujeira.

Leve ao fogo, acrescentando o desrespeito e a indiferença. Mexa vigorosamente, dando batidas recheadas de violência moral (ou física, isso fica a critério de quem for preparar).

 Sirva ainda quente, quente não, pelando, com os nervos à flor da pele e sem dar tempo de ouvir o que o outro tem a lhe dizer.  Dá pra duas pessoas, mas também pode servir mais. Neste caso, adicione infidelidade aos poucos, até entornar novamente. Brigas à gosto.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amor x Paixão

A Paixão diz ao Amor:

_ Você não é arrebatador!

E  o Amor, responde à Paixão:

_ É, Paixão, realmente, sou não.

A Paixão afirma ao Amor:

_ Você não tem o meu vigor!

E o Amor, mais uma vez, responde:

_ É, Paixão...Realmente, tenho não.

A Paixão, então, "alfineta" o Amor:

_ Você não provoca sequer uma dor? Não é nem um pouco avassalador.
Como, então, pode ser tão desejado pelos humanos?

E o Amor ri da sua ingenuidade inquietante(comum à Paixão), e anuncia:

_ É que eu sou o aconchego, a paciência, calmaria. Sou o olhar nos olhos,
que nenhuma palavra pronuncia. Sou a paz, o calor, a alegria...A saudade,
mesmo que o tempo afastado seja só de um dia...
Sou o desejo, que não é cego, enxerga os defeitos, e os aceita.
Sou a felicidade, a história construída, os frutos...O passado, presente, e o
futuro. Sou intenso, certeiro e, ao contrário de você, Paixão, nunca me engano.
Deve ser por isso que sou tão buscado pelos humanos!

A Paixão então saiu pela tangente... E foi, de um jeito surpreendente,
procurar outro sentimento para, dele, caçoar.