sábado, 25 de junho de 2011

Romance a três

Viver um romance a três não é viver, é criar uma expectativa.

É querer ser aquilo que não o é, ou seja, a namorada, perfeita, esperada, amada.

Quando uma mulher aceita viver um romance a três, ela fica como se fosse um jogador sem par, à espera que um dos pares se canse, para começar a jogar.

É a espera em vão, é a dedicação em vão, é o amor em vão. Porque este não escolhe a quem amar. Simplesmente chega, se aloja no peito daquela mulher, que ama, ama, ama... Tão louca e intensamente que pensa que vai explodir de tanto sentimento!

Mas ela não pode... Tem que esperar... Espera que o dia termine, que uma brecha, na agenda do amado ela consiga, para então, o poder, pelo menos, abraçar.

Tem que esperar e engolir amargamente e à seco todas as demonstrações de carinho, afeto, cuidado e consideração que ele tiver com a outra.  Tem que passar noites e dias em claro, tentando, de algum modo, entender o que ele ainda faz com ela (pensamento inútil, diga-se de passagem).

Tem que respirar bem fundo, aproveitar o tempo, e nunca, jamais, em nenhuma hipótese, brigar. Porque sempre vai sair perdendo.

Mesmo que ele não a ame, mesmo que lhe diga que tem a intenção de, com ela, terminar, a namorada possui sempre a vantagem de já ter uma história, e acredite, minha amiga, ela vai saber usar essa carta na manga. Vai saber chorar na hora certa, ser carinhosa na medida certa, até pegar o ponto fraco do seu objeto de desejo e fazê-lo desistir de um término propor (se ela souber como lidar, ele até irá pensar que, por ela, ainda sente amor!).

Conheço algumas (raras) mulheres que conseguiram esse jogo virar: por elas, os caras terminaram seus namoros, e começaram um novo, longo e (pasmem) sério relacionamento. Mas como já disse, esses casos são raros e, não irei mentir, a maioria deles, não deu certo. Seja por ciúme excessivo, seja pelo fantasma da ex, ou porque não era pra ser mesmo.

Ou seja, minha cara leitora, para mim, um romance a três, não vale nem a pena tentar.

Por isso, quando seu coração lhe pregar uma peça, e você, por alguém que a outra já namora se apaixonar... Abafe esse sentimento, se afaste, fuja, corra, tente em algo novo pensar. Procure sair e conhecer pessoas. Vá por mim... Sei que este não é um conselho muito ousado, nem tampouco psicologicamente ensaiado, mas, é o conselho de quem já sofreu tal traição de seu coração. De quem já caiu nessa boba ilusão, de achar que, comigo, tudo seria diferente. Não foi, nem deveria (o que, além disso, eu poderia esperar?).

Em sã consciência fico extremamente feliz, pelo meu final infeliz. Afinal, não gosto da ideia de que, para que eu alcance a plenitude do meu amor, outra deva sofrer com a falta dele.

Eu só não pensava que fosse doer tanto...


PS:Esse texto vai para todas aquelas dignas mulheres que tiveram a CORAGEM de não se deixar levar por uma ilusão...É preciso coragem (e também um pouco de loucura) pra não se ouvir o próprio coração!  

Um comentário: