sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Posts da Princesa - Desabafo Real

Olho ao longe, e percebo daqui do alto o grande império de meu pai. São muitos os que de sua governância dependem. Nesse instante, sinto-me até mesmo feliz com meu posto, que, em minha mente aventureira faz-se tão inerte.

Contudo, minha árdua vontade em batalhar ainda grita forte dentro de mim. Sei que devo seguir as atribuições às quais fui delegada, mas, sei também que o desejo de luta está imbuído nesse querer cuidar, nessa sina real que me atira às mais vis inquietudes.

Quero ir adiante, defender com ousadia e meus braços todo o trabalho que meus antepassados tiveram ao construir nossa nação.

Por certo, devo encontrar o equilíbrio ideal entre a necessidade e o dever, entre a paixão e a razão. Afinal de contas, como herdeira do trono, tenho que manter a serenidade requisitada para governar.

Diante dessa confissão pública de minhas fragilidades, sinto-me um pouco melhor do que antes, apesar de todos os conflitos nos quais me encontro. E, apesar de ainda estar em dúvida, creio que consegui começar a decifrar o melhor caminho a tomar.

Sim, é preciso defender os interesses da coroa, mas, para isso, não é obrigatório que abandone minhas aspirações pueris.

“Melhor do que tomar uma posição, é ter coragem o suficiente para mudá-la quando necessário”.


sábado, 24 de novembro de 2007

Soneto

Eu queria te dizer neste momento
De um modo simples e sincero
Que tudo o que fiz foi por inteiro
E nada de você eu hoje espero.

Eu quero deixar aqui bem claro
Que nenhum sentimento em mim mudou
Mas a tua indiferença veio como um raio
E conseguiu aniquilar o meu amor.

Se quiser um dia falar sobre isso
Venha ao meu encontro
Pode ser um novo início.

Mas não me peça para te esperar
Pois a vida continua
E tenho muito a conquistar.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Marcas do passado

As marcas do passado ainda me perturbam
Quando fecho os olhos tua lembrança me tira a paz.

Passo os dias acordada, os meus sonhos me assustam
Esse amor mal resolvido não me larga mais.

Me diz: o que faço pra esquecer toda a ternura que sinto ao pensar em você?
Me diz: como faço pra deixar tudo o que sinto de lado quando você está?

domingo, 7 de outubro de 2007

Posts da Princesa - Bagagem

Creio que não cheguei a mencionar, mas, durante o período em que estivemos na estrada e atravessando todas as dificuldades que nos foram apresentadas, fomos obrigados a nos desfazer de grande parte de nossa bagagem.

Essa necessidade mostrou o quão frágil podemos ser, o quão apegados estamos às coisas com as quais convivemos, às lembranças em um simples pedaço de papel, às roupas, aos quadros, às armas e armaduras antigas.

Quando nos vimos obrigados a abandonar todas as pequenas lembranças do que deixamos para trás, muitos simplesmente não conseguiram fazê-lo. E por causa disso, tornaram-se presas fáceis às tropas inimigas, devido à lentidão na qual caminhavam.

Questiono-me por que insistimos em armazenar coisas, pensamentos, emoções, sensações...
Questiono-me sobre o objetivo disso tudo. De certo, não haveria a história sem as provas. Logo, vejo sim certa importância. Mas minha dúvida aparece em relação ao excesso, ao agarramento desnecessário a situações e fatos que não voltarão jamais. A pessoas que não voltarão. A momentos que jamais poderemos reviver.

Minha indagação segue sobre aqueles que não conseguem prosseguir, pois têm suas vidas presas e direcionadas ao que já passou; e aí está o grande perigo.

O abstrato também pesa em nossa bagagem, não só o físico. Os primeiros, em minha opinião, pesam ainda mais que o último, tornando-nos presas fáceis à captura e manipulação pelo inimigo.

É preciso que nos tornemos donos, não reféns da nossa história. Lembrar do ontem com o sentimento bom de quem seguiu adiante; do futuro, como uma meta tangível; e do presente, como o propósito da vida.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Não sei o que dizer. Não consigo escrever. Minha mente está obscura e estranha esta noite. Sentimentos se fundem num total caos de minh’alma. Quero um pouco de paz. Preciso ter mais gás; usar com sabedoria os dons que Deus me deu e tentar permanecer calma diante todas as adversidades. Porque a vida é mais. A vida é agora, não posso deixá-la passar.
Não posso me curvar diante de qualquer mínima coisa; não posso deixar-me atingir por essa tristeza que insiste em chegar. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Posts da Princesa - Coerência

Muito se fala sobre planejamentos, metas, estratégia. Temos que saber o que queremos, pra onde vamos, e o que fazer para que tudo aconteça em nossas vidas.

Muito se divaga sobre seguir em frente, ultrapassar os obstáculos e imprevistos da caminhada, de continuar a luta.

Muito se discute ainda sobre as dádivas que nos são dadas diariamente para colocar tudo em prática, que muitas vezes não percebemos. Mas...Será que isso é verdade mesmo? Será que realmente não as enxergamos ou trabalhamos para camuflar a sua presença?

Será que não é o comodismo ou a fraqueza de nossos espíritos que nos impede de agir? Ou será que estamos presos à grande massa que nos ensina que o novo não é bom? Que mudar é prejudicial? Que atitude é uma característica de poucos privilegiados, e que nunca chegaremos lá?

Não! Chega desse sentimento de menos valia. Chega de inseguranças, dúvidas, de falta de coragem. Vamos dar a cara à tapa! Vamos agir com coerência ao texto que viemos defendendo ao longo dos tempos.

Porque falar é simples...Mas agir também! Basta deixar de escutar aquela voz ridícula que insiste em permanecer ao pé do ouvido. Aquela, que teima em nos diminuir, desencorajar, e continua a nos dizer que nada vale a luta. Não! Tudo vale a pena, se a alma não é pequena, já dizia o poeta. É preciso fazer-se surdo aos absurdos que nos são impostos pelo todo, pelos outros, por nós mesmos. É preciso sair dessa inércia e nos movermos em direção às nossas metas. Hoje. Agora!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Posts da Princesa - Agradecimento

Enfim, conseguimos finalizar a reconstrução do palácio. O caminho até aqui fora árduo e cansativo. Atravessamos diversas crises, mas, hoje percebo que estas foram necessárias para o crescimento de todos. Nossas vidas estão seguindo novamente o rumo antes determinado.

Lembro-me bem de todos os que contribuíram para o nosso êxito. Cada um a seu tempo, cada qual com suas habilidades e dons. Alguns ainda permanecem conosco; outros já se foram, mas todos de suma importância para que chegássemos à nossa meta com dignidade e esperança.

 Recordo-me, em especial, daquele que acompanhou tudo à distância. Um velho amigo, conselheiro de todas as horas, mesmo em sua ausência. Não pertencemos ao mesmo reino, mas sei que estamos ligados emocional e mentalmente. Nos correspondemos com freqüência e, em seus pergaminhos, durante todo esse tempo, ele me mantivera informada de suas peripécias junto ao Rei e outros companheiros de luta.

Lembranças das coisas simples, citações do cotidiano, conselhos, carinho. Com sua escrita corrida e borrada pela pena, este mensageiro consegue me remeter à leveza mais pura do meu ser. Retoma com o cuidado certeiro o contato que devo ter com minha essência mais verdadeira, na medida certa, para seguir crescendo e perdendo o medo de ser princesa.

A você, meu amigo, mil vezes obrigada. Minha eterna ternura e gratidão, até pelos momentos em que li palavras duras me chamando atenção.  E que você continue a construir um “império” de maravilhas ao seu povo, à sua gente. Pois feliz é quem convive contigo, diariamente.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Posts da Princesa - Ode ao amor

Sinto-me livre para sair um pouco do contexto e escrever sobre o amor. Sentimento nobre, que move a nossa vida, do qual pouco se sabe ou se consegue explicar.

Todos nascemos do amor. Crescemos em busca do amor. Vivemos em função do amor e de amar. Amar a si mesmo, amar a família, a alguém, a uma profissão, a um lugar.

Amando, aprendemos a viver e moldamos nosso caráter perante o outro, a nós mesmos, às circunstâncias. Com amor, perseveramos nos mais árduos projetos, pois sentimos, dentro do nosso fervilhar de emoções, que seremos recompensados ao final da jornada. O que não nos damos contas é que, em grande parte das vezes, a recompensa está em percorrer o caminho, não em seu término. Ricos são aqueles que conseguem desvendar esse que é um dos grandes mistérios do amor.

 É bem certo que muitas vezes, por causa desse sentimento, tornamo-nos cegos e surdos. Noutras ocasiões, permanecemos mudos, onde, em tantas outras, costumávamos falar. Mas é essa a magia do amor. Ele nos enobrece. Ele nos modifica. Faz com que tornemo-nos mais tenros e compreensivos. Ele nos amadurece e transmite-nos confiança frente a todos os imprevistos.

 Sim...Ele nos proporciona tudo isso...E muito mais. Dádivas e mais dádivas nos são derramadas quando entendemos que em tudo, na vida, é preciso empregar o amor. Já pensou o quão melhor nosso mundo seria, se todos procurassem viver um pouco mais engajados nisso? Quantas lágrimas deixariam de ser derramadas, quantas famílias permaneceriam unidas, já pensou?

Sei que parece utópico, sonhador, mas ainda acredito que podemos conseguir. E sigo minha vida com um único objetivo primordial: o de amar seja lá o que for.




Segue um poema do ilustríssimo Drummond...

Amar
(Carlos Drummond de Andrade)
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Posts da Princesa - Seguindo em frente

O caminho segue lento e apreensivo. Saímos da estrada principal já conhecida e desbravada. Agora, não sabemos o que estará diante de nós após a próxima curva, isso nos causa algumas divergências e discussões.

Ouvimos um barulho na mata fechada. A angústia nos assola. Seria um novo ataque?
Estamos cansados, perturbados e confusos com tantos imprevistos. Precisamos de um tempo para recuperar a paz.

A chuva fina, o clima nebuloso e frio indica que a tempestade se aproxima. E com ela, novas perdas virão se não nos prepararmos. Converso com o chefe dos soldados, sugiro a todos que paremos um pouco para descansar e planejar melhor o caminho. Não podemos mais perder homens nem suprimentos. Cada próximo passo deverá ser minuciosamente estudado. Decidimos passar a noite acampados.

Na manhã seguinte, notamos que a chuva se foi. Alguns a perceberam durante a noite, mas, sua intensidade não nos provocou nenhum prejuízo. A natureza parecia nos indicar que tínhamos tomado a decisão correta.

Animados com essa estiada, tocamos adiante, na esperança de chegarmos enfim em nossa nova morada.

Mas o caminho a percorrer ainda é longo, e é cedo para enchermos nossos corações de esperança. Ainda teremos provações. Ainda teremos que lutar. Mas devemos seguir em frente sem permitir que o desânimo permaneça entre nós. Só assim, conseguiremos consolidar a reestruturação do reino.


terça-feira, 7 de agosto de 2007

Posts da Princesa - Alterações de Rota

No alto da colina, percebemos nuvens carregadas. Fomos avisados de que a passagem pela estrada principal está interrompida, houve um desmoronamento e, com isso, não conseguiríamos continuar no caminho onde estávamos. Devemos prosseguir, mesmo com a tempestade que se forma adiante.

            As últimas batalhas tiveram saldo positivo, sendo seguidas por um período de calmaria. No entanto, bastou ficarmos desarmados para sermos surpreendidos por um ataque de tropas inimigas, o que desfalcou nosso exército.

            Muitos são os feridos, mas precisamos continuar. Devemos seguir por entre os caminhos tortuosos se quisermos conquistar novas terras. E assim reconstruir nosso reino.

            À frente, tempestade. Atrás, a guerra. Ao lado, barreiras. Estamos sendo postos à prova, e atravessá-la significa muito mais que o simples êxito: significa a retomada com dignidade do controle de nossas vidas.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Insônia



Já são uma da manhã e ainda estou acordada. Penso no meu dia, na minha vida, nesse nó na garganta que não quer sair, nesse sentimento de que a qualquer momento posso explodir.

É estranho chegar a certa altura da vida e sentir-se como se nada houvesse ocorrido. Eu sei, muito já vivi. Vivi histórias maravilhosas e únicas, conheci lugares e pessoas inimagináveis, experimentei sentimentos novos e tive muito aprendizado com tudo isso.

Estou certa de que tudo o que passei até agora foi para que me orgulhasse de quem sou hoje.
Mas é aí que está o problema: não me orgulho por inteiro. Estou sempre me sentindo uma metade. É como se parte de mim estivesse no lugar errado, fazendo tudo errado, mentindo o tempo todo, vivendo uma ilusão.

Sei que sou uma pessoa de valor, de muito valor. Sei também que sou bonita, inteligente, educada, culta. Uma mulher de vários talentos. Sei principalmente que minha vida hoje é o resultado de uma série de escolhas feitas por mim e mais ninguém. E me orgulho disso.

 Então, por que me sinto tão usurpadora de mim mesma? Por que tenho a estranha sensação de que me engano o tempo todo? Por que, ao me olhar no espelho, não consigo enxergar a resposta?

Não sei, creio que talvez eu mesma a esteja escondendo...Dizem que nosso inconsciente tudo sabe, mas só revela no tempo certo.
Só espero que o meu chegue logo...