sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Inveja

Eu sinto inveja do mundo
de quem, com sentimento profundo
consegue se perder.
Se entrega sem vaidades,
sem desejos, sem vontades
e se deixa enlouquecer.

Eu sinto inveja, por um segundo,
do insano, do moribundo
de quem não tem nada a temer.
De quem vive a ousadia
de ir atrás, dia a dia
do seu plano acontecer.

Eu sinto inveja daquela
tão simplória, tão singela
que vê tudo puramente
pobre criança inocente!

Eu sinto inveja da vida
tão amada, tão sofrida
mas vivida, intensamente

Mas, não quero mais
inveja sentir
quero é logo sair daqui
e ir atrás dos meus sonhos,
simplesmente.




domingo, 15 de setembro de 2013

Às vezes...

Às vezes acho que tô na vida à passeio.
Às vezes trampo, noutras, recreio.
Às vezes fico só no anseio
do que ainda está por vir.
Às vezes não entendo o que estou fazendo aqui,
me inquieto, não suporto esse "meio".

Às vezes eu queria ser diferente
às vezes sou lixo, noutras, sou gente.
Às vezes pareço criança inocente.

Num dia sou brilho
noutro, escuridão
num dia estou forte
noutro, não estou não.

Às vezes sou fera
às vezes, ferida
Às vezes me mostro
noutras, fico escondida.

Às vezes planejo,
às vezes, estremeço.
Às vezes tropeço
noutras, recomeço.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Soneto do desejo pueril

Queria poder dizer "Eu te amo"
Sem, com isso, causar medo ou dano, ou me sentir menor nessa história.
Viver plenamente um amor
daqueles que ficam pra sempre na memória.

Queria poder sentir livremente

sem a tristeza me espreitando diariamente
com a certeza de que tudo,enfim, dará errado
Preciso fazer as pazes com o passado!

Queria poder me iludir facilmente

ser como alguém, do tipo adolescente
e acreditar no sentimento sem fim

Queria crer que, num dia qualquer assim

as coisas mudem, e simplesmente apareça
alguém com coragem de viver um amor, e meu coração aqueça.




segunda-feira, 6 de maio de 2013

Coração vagabundo


Ah, coração machucado, que insiste em assim ficar!
De tanto ser maltratado, acabou por se acostumar.
E foi ficando amargurado, de tanto mal amar,
Que já não sabe a que veio, vive a se perguntar.

Ah, coração inocente, que teima em sofrer!
Será que você não entende que é preciso continuar a viver?
Parece que está contente, ou sente imenso prazer,
Em me ver, em minhas mazelas, assim desfalecer.

Ah, coração vagabundo, que não esquece essa dor!
Não sabe que, lá no fundo, essa história já acabou?
Parece um moribundo, insistente ou gozador,
E vive no passado, tentando

reconquistar seu amor.


De que vale?


De que vale ter o carro mais caro, se você anda nele sozinho?
De que vale ter o corpo perfeito, se seu coração está vazio?
De que vale dizer que faz e acontece, quando dá as costas a um amigo?
De que vale ter um sorriso que aquece, se por dentro tudo está tão frio?
Não entendo porque fingimos tanto. Porque mudamos tão rapidamente de opinião.
De repente, tudo fica extremamente estranho, como se o carinho, tão antigo, fosse em vão.
Não compreendo o porquê de muitos porquês. Tudo tem que ter mesmo explicação?
Finge que é forte, finge não sofrer mas, no fundo, é pura desilusão.

De que vale se afirmar aos outros, se na vida, você é seu pior vilão?
Pense nisso, pare e reflita um pouco. E acabe com a mania de ter sempre razão.