sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Como matar um amor

Para matar um amor a receita é simples:

Basta misturar egoísmo e rispidez àquela mania de ter sempre razão.  Junte um punhado de mentiras, bata em neve com pitadas de sarcasmo e falta de consideração. Reserve. Reserve também em si mesmo todos os pensamentos, as pequenas frustrações e decepções, e deixe crescer muito, até entornar tudo e fazer uma grande sujeira.

Leve ao fogo, acrescentando o desrespeito e a indiferença. Mexa vigorosamente, dando batidas recheadas de violência moral (ou física, isso fica a critério de quem for preparar).

 Sirva ainda quente, quente não, pelando, com os nervos à flor da pele e sem dar tempo de ouvir o que o outro tem a lhe dizer.  Dá pra duas pessoas, mas também pode servir mais. Neste caso, adicione infidelidade aos poucos, até entornar novamente. Brigas à gosto.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amor x Paixão

A Paixão diz ao Amor:

_ Você não é arrebatador!

E  o Amor, responde à Paixão:

_ É, Paixão, realmente, sou não.

A Paixão afirma ao Amor:

_ Você não tem o meu vigor!

E o Amor, mais uma vez, responde:

_ É, Paixão...Realmente, tenho não.

A Paixão, então, "alfineta" o Amor:

_ Você não provoca sequer uma dor? Não é nem um pouco avassalador.
Como, então, pode ser tão desejado pelos humanos?

E o Amor ri da sua ingenuidade inquietante(comum à Paixão), e anuncia:

_ É que eu sou o aconchego, a paciência, calmaria. Sou o olhar nos olhos,
que nenhuma palavra pronuncia. Sou a paz, o calor, a alegria...A saudade,
mesmo que o tempo afastado seja só de um dia...
Sou o desejo, que não é cego, enxerga os defeitos, e os aceita.
Sou a felicidade, a história construída, os frutos...O passado, presente, e o
futuro. Sou intenso, certeiro e, ao contrário de você, Paixão, nunca me engano.
Deve ser por isso que sou tão buscado pelos humanos!

A Paixão então saiu pela tangente... E foi, de um jeito surpreendente,
procurar outro sentimento para, dele, caçoar.