sábado, 5 de março de 2011

De repente

De repente, naquela tarde, tudo ficou diferente.
Ficou diferente o carinho, ficou diferente o sorriso, e até as trocas de olhar. Foram embora o prazer do convívio, o abraço demorado, a vontade de ficar. Aquilo que um dia se pensava como o sentimento mais profundo, transformara-se em águas rasas, onde não dá para nadar.
Ela queria ir até ele, ele queria um motivo para fugir daquele encontro. Não havia mais palavras a serem ditas, mas ela precisava de uma explicação. Entender o porquê de toda aquela situação.
E ele, por sua vez, não sabia o que explicar... Poderia até tentar, embora soubesse que seu esforço seria em vão. Em sua arrogante visão, ela, simplesmente, não entenderia o significado daquele seu “não”. E, por isso, ele sumiu...
E assim passou um dia, outro, e mais outro. E então ele percebeu que ela também sumira, sentiu sua falta, e logo concluiu que a paixão crescera de novo. Tentou ir atrás...
Mas, nesses desencontros da vida, você sabe, não se pode confiar. Quando lá chegou, com vida nova ele a encontrou. E nesta nova vida, ele já não caberia mais...
De repente o tempo passou... E o que poderia ter sido resolvido naquela tarde, por medo, ingenuidade ou brincadeira do destino, simplesmente... Acabou.